Maria Benedita Deschamps Rodrigues, ficou conhecida como Dunga Rodrigues
e nasceu em Cuiabá-MT, no ano de 1908, tendo falecido em 2001, na cidade de Santos,
São Paulo. Se estivesse viva, completaria 113 anos em 2022!
Morou no bairro do Porto, uma histórica região da cidade de Cuiabá,
e que ainda guarda muitas memórias da ‘cuiabania antiga’ a partir da sua arquitetura
e de moradores que resistem ao novo tempo, que trouxe para o bairro novas histórias.
Moradores esses, que ainda recordam a convivência com esta personalidade, que tinha
o engajamento em incentivar o resguardo das tradições orais cuiabanas. Certo dia, uma
antiga vizinha de Dunga nos disse, que ela era uma mulher que vivia a frente do seu tempo.
“Grande mulher, competente, simples. Exímia pianista e professora de francês.
Inclusive foi professora de francês de mamãe e de ‘Zezinho’ (seu irmão).
Para a época, estava acima de todos os preconceitos”, contou-nos.
Dunga foi musicista, professora de piano e francês, escritora e historiadora, tendo se formado
em piano e harmonia pelo Conservatório Musical de Mato Grosso e pelo Conservatório
Brasileiro de Música (RJ), com certificado registrado junto ao Instituto Villa Lobos,
além de também ter se formado em ensino técnico como contadora. Tornou-se membro do
Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e membro da Academia mato-grossense
de Letras, tendo outras participações ativas como a exemplo da colaboração no Jornal
O Estado de Mato Grosso.
Mesmo na era digital, com as novas tecnologias e inovações, as lendas transcendem o tempo
e o espaço. Assim, por acreditarmos que as lendas urbanas e populares se assemelham a uma espécie
de mitologia universal, é que pensamos em como contribuir para que elas não fiquem adormecidas.
Dunga Rodrigues foi uma pesquisadora dessas lendas que permeavam a memória dos cuiabanos na sua época,
e na sua jornada, lançou duas obras com as suas percepções das lendas urbanas do centro histórico de
Cuiabá, o qual fez parte da nossa pesquisa para criação do espetáculo itinerante Passeio Noturno
(2011 - 2015), o qual agora, se desdobra no passeio sonoro e na exposição virtual.
Esta exposição virtual é composta por imagens que trazem um pouco das obras literárias,
cotidianos e parcerias - um pouco do Universo de Dunga Rodrigues, que emplumou suas asas
e se soltou ao infinito; infinito esse, que nos ajudou a povoar nosso universo imaginário,
a plantar criatividade, a conhecer e reconhecer nossas memórias. Compartilhamos com vocês,
as asas tecidas por Dunga Rodrigues em muitas pessoas como nós e que almejamos, que alimente
e lance ao infinito, a subjetividade das novas gerações.
Naine Terena de Jesus, Jefferson Jarcem, Fernanda Gandes – Curadoria
Ficha Técnica da Exposição
Curadoria: Naine Terena, Fernanda Gandes e Jefferson Jarcem
Site/exposição Virtual: Guilherme Kominami
Ilustrações: Heryck Gaby
Imagens: Cortesia da família de Dunga Rodrigues, dos familiares do artista plástico
Antônio João de Jesus, Casa Barão, Elizabeth Madureira Siqueira e Conservatório Dunga Rodrigues.
Agradecimentos: Para família de Dunga Rodrigues, familiares do ilustrador Antônio
João de Jesus, Casa Barão de Melgaço, Elizabeth Madureira Siqueira e Conservatório Dunga Rodrigues.